O nome dela era Zelda Fitzgerald. Ela foi traída pelo homem que a amava e trancada em um asilo. A culpa dela? Ser uma mulher livre.
Ainda hoje, Zelda é lembrada apenas como a "esposa" do escritor Fitzgerald. Poucas pessoas sabem que ela também era uma pintora e escritora talentosa. Mas, acima de tudo, ela era uma mulher muito livre para sua época. Ela dirigia sozinha, usava cabelo curto, amava sem medo.
Foi assim que ela conheceu Francis Scott Fitzgerald, que estava destinado a se tornar uma lenda. Ele se apaixonou perdidamente por aquela mulher tão cheia de vida. Muitas de suas obras foram inspiradas em Zelda, porque uma mulher livre é como um furacão, uma tempestade: ela revira tudo que encontra.
Mas Scott não suportou o fato de que isso poderia ofusca-lo. Ele não conseguia aceitar que ela quisesse ser mais do que apenas uma musa. Com o passar do tempo, ele ficou cada vez mais ciumento, começou a atrapalhar, impedia que ela pintasse, roubava páginas do diário dela e as passava como se fosse dele.
Mas uma mulher livre não pode ficar trancada numa gaiola: ela fica sufocada. Ela não pode ser afastada ou silenciada pela força.
Um dia. Zelda escreveu um livro SAVE ME THE LAST WALTZ. Não era apenas um romance, era a história deles. A história de um homem incapaz de amar, convencido de que amar e possuir são a mesma coisa, e de uma mulher que, apesar de tudo, não queria deixar de ser ela mesma.
Foi então que Scott decidiu interna-la - Ele a trancou em um asilo, onde ela foi submetida a vários tratamentos de eletrochoque. Zelda nunca se recuperou completamente. Fitzgerald sempre se recusou a deixá-la sair e então essa mulher extraordinária passou o resto da vida trancada em hospital psiquiátrico. Privada de sua voz, de sua arte, de sua liberdade.
CHICO TORQUATO
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