No pálido véu do tempo, quando as civilizações erguiam-se em pedras e papiro, já se pressentia a nobreza daquele que domava a linguagem, como quem rege uma sinfonia de sentidos. No dia 21 de maio próximo passado, rendemos nossas mais altas reverências ao profissional de letras, herdeiro dos escribas da antiguidade, dos poetas clássicos, dos mestres renascentistas que viam na palavra a mais refinada expressão do espírito humano.
Foi no longínquo 1933, marco inaugural do primeiro curso de letras no Brasil, que se semeou oficialmente este ofício sublime em nosso solo. Desde então, floresceram docentes, tradutores, revisores, editores, pesquisadores - cada qual como jardineiro atento da língua, cultivando ideias, afinando vozes, preservando memórias.
Estes artesãos do verbo não apenas ensinam o idioma, mais o vivificam. Transportando'nos a Grécia de Homero, ao Portugal de Camões, ao Brasil de Drummond. Transitam com maestria entre línguas e estilos, guardando a coesão do texto, a pureza da fala, a fidelidade da tradução. A palavra, por suas mãos, deixa de ser simples código e torna-se ponte entre mundos, espelho da cultura, escudo da identidade .
Neste dia que lhes é consagrado, exaltamos os que, com tinta e paixão, perpetuam a essência da humanidade. Que nunca se cale a voz do profissional de letras - eterno alquimista do significado, guardião da comunicação, artífice da beleza.
Salve o profissional de letras, cuja pena ergue impérios, cuja voz educa gerações.
PROFESSOR PREZOTTO
CHICO TORQUATO
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