Dia desses, na casa de dona Zezita, viúva de Capiba, em Surubim, conversando com ela sobre o grande compositor, nos ajudando a entendê-lo através de quem o conheceu bem antes de se casar com ele.
Dona Zezita trabalhava com o médico João Suassuna, irmão de Ariano Suassuna, e amigo de juventude de Capiba. Conheceram-se na lendária pensão de dona Bertha, na Gervásio Pires, na Boa Vista. Essa pensão tinha como hóspedes Capiba, Rubem Braga, Noel Nestels( indigenista, filho da dona Bertha, os irmãos João, Saulo e Lucas Suassuna, e Fernando Lobo, entre outros.
Capiba foi homem de muitas idiossincrasias( em pernambuquês o mesmo que pantim). Decidiu que somente se casaria quando corresse o risco de ficar desempregado. Só se casou depois que se aposentou, em 1960.
Turrão, meio impaciente, bom de papo, e espirituoso, é o que dizem dele, os amigos. Dona Zezita relembrou uma de Capiba. No início dos anos 50. Foi acometido de vitiligo, doença auto imune que afeta as células que produzem melanina. De pele amorenada bem comum nas regiões mais miscigenizadas do Nordeste, as manchas brancas foram lhe surgindo pelo corpo.
Com o passar dos anos ele embranqueceu. Num encontro com uma senhora que não o via há muitos, ela se surpreendeu e perguntou - Seu Capiba o senhor ficou bom? - Não. Fiquei ruim.
JOSE TELES
CHICO TORQUATO
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