Hoje as três horas da manhã, leio a matéria do meu amigo Adelmo Santos, poeta, escritor e ex-presidente da Academia Serra-talhadense de Letras Se fosse vivo, Lampião faria 127anos e a Quixabeira que ele gostava de sentar embaixo, continua de pé em Serra Talhada. Se ele estivesse vivo, estava fazendo no dia 07 de julho, 127 anos. No Sítio Passagem de Pedras em Serra Talhada, nas quebradas do Sertão, um pé de Quixabeira espera por Lampião. Ele curtiu sua sombra sentado numa cadeira com a espingarda na mão, cantando mulher rendeira ou fazendo uma oração, para afastar os inimigos procurando proteção. Pela janela da casa onde nasceu Virgulino dá pra ver a Quixabeira que dava sombra ao menino. Essa Quixabeira histórica, uma planta secular que viu toda a história do cangaço começar. Lampião era vaidoso adorava cantorias e só andava cheiroso. Ele também foi poeta e gostava de poesias. Na sombra da Quixabeira sentado num tamborete muitos versos ele escrevia. Hoje a Quixabeira sente ser tocada em outras mãos, ela morre de saudades do amigo Lampião e espera que um dia ele volte pro sertão. Se foi herói ou bandido é o que menos importa, Lampião foi morto em 1938, há 85 anos, e quanto mais o tempo passa, ele vai fazendo história. Lampião virou indústria, vai sustentando famílias, gerando renda e emprego e movimentando a economia. Tudo através do teatro, cinema, livros, carnaval, museu, música, turismo e artesanato. Esse é seu grande legado. CHICO TORQUATO
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