Como o termo “primeira-dama” se popularizou?
O termo “primeira-dama” surgiu nos Estados Unidos no século 19, mas não há registros de quando passou a ser utilizado. A expressão ganhou força entre 1885 e 1889, quando a imprensa americana passou a utilizar a frase: “a primeira-dama da nação”, fazendo referência a Frances Folsom Cleveland (esposa do 22º presidente americano, Grover Cleveland).
Entre 1929 e 1932, a imprensa passou a utilizar o termo primeira-dama em referência a Lou Hoover, esposa de Herbert Hoover, 31º presidente dos EUA. Desde então, o termo foi adotado por outros países para fazer referência as esposas do Chefe de Estado sendo cada vez mais utilizado até ser transformado em título oficial.
Além do termo “primeira-dama”, temos outra expressão que vem sendo muito utilizada: o “primeiro-damismo”. Que é falado para quando as mulheres dos prefeitos, governadores e do presidente da república desempenham projetos sociais.
O papel social
O envolvimento das primeiras-damas em trabalhos sociais não é uma obrigação, mas algumas utilizaram de sua imagem para dar voz a projetos e outras preferiam ser discretas sem participarem da política brasileira.
No Brasil, a prática de ação social das primeiras-damas iniciou em 1915, quando Maria Pereira Gomes, na época esposa do presidente Venceslau Brás, promoveu uma festa na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, com objetivo de arrecadar dinheiro para pessoas que foram afetadas com a seca no Nordeste.
Maria Pereira Gomes também presidiu o comitê de mulheres da Cruz Vermelha Brasileira, criado por um grupo de senhoras da sociedade carioca, para promover alimentos e medicamentos às vítimas da gripe espanhola e moradores pobres.
Começava assim, o assistencialismo ligado à imagem da primeira-dama. Antes de Maria Pereira Gomes, a maioria das primeiras-damas não eram tão atuantes na política. Vale destacar que elas representavam as mulheres da época, onde seu papel era acompanhar os maridos nos eventos oficiais ou ficavam cuidando dos afazeres domésticos.
Em 1942, o primeiro-damismo ganhou destaque com Darcy Vargas – esposa de Getúlio Vargas, quando é criada a Legião Brasileira de Assistência (LBA), órgão apoiado pela Federação das Associações Comerciais e da Confederação Nacional da Indústria, para ajudar as famílias dos soldados enviados à Segunda Guerra Mundial.
Após o fim da guerra, a LBA passou a atender as famílias necessitadas fornecendo alimentos e cursos de capacitação para mulheres. Quase todas as primeiras-damas, desde Darcy, presidiram a Legião Brasileira de Assistência.
Em 1991, a entidade estava sob a direção de Rosane Collor quando sofreu denúncias de desvio de verba. No momento em que Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência do Brasil um de seus primeiros atos foi extinguir a LBA, em 1995.
No início da década de 1950, Darcy visitou alguns estados que foram afetados com a seca no Nordeste. Antes disso, já participava de projetos sociais, como a criação da Fundação Darcy Vargas (FDV), que tinha ações para crianças pobres e A Casa do Pequeno Jornaleiro, onde abrigava crianças e jovens entregadores de jornais que viviam pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro. Com o passar dos anos, a organização foi se reinventando e atualmente funciona como escola que vai do 6º ao 9º ano do ensino fundamental.
Mesmo após o falecimento de Vargas, Darcy continuou trabalhando nas suas ações sociais. Ela é considerada a primeira “primeira-dama” a desempenhar funções assistenciais se tornando referência para as próximas primeiras-damas, seja de presidência ou de governadores.
Quando Juscelino Kubitschek se tornou governador de Minas Gerais, sua esposa Sarah Kubitschek mobilizou senhoras da alta sociedade mineira a fim de arrecadar doações para os necessitados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário