CARLOS CHAGAS
EM DISPUTA O PRÊMIO PINÓQUIO
Disputadíssimo o Premio Pinóquio deste mês de janeiro, com o vencedor em aberto porque ainda faltam dois dias. Mesmo assim, desponta como favorita a presidente Dilma Rousseff, ainda que o governador Geraldo Alckmin mantenha as esperanças.
No pronunciamento feito na primeira reunião do novo ministério, terça-feira, Dilma esmerou-se. Disse que os direitos trabalhistas são intocáveis e não serão alterados. Para ela, o que o governo promove é “o aperfeiçoamento de políticas sociais, para manter sua eficácia”. Pena que as centrais sindicais, inclusive a CUT, tenham promovido ontem manifestações em diversas cidades, protestando contra o arrocho no salário-desemprego e outras prerrogativas atingidas.
A presidente também chamou de “ajustes fiscais” o aumento de impostos e taxas anunciado pelo ministro Joaquim Levy. Justificou a maldade como necessária “para ampliar oportunidades e preservar as prioridades sociais e econômicas”. Foi mais além: “mostraremos que não alteramos um só milímetro do projeto vencedor das eleições”. Completou com a afirmação de que o governo está tomando medidas para garantir o abastecimento energético. Com todo o respeito a Granja do Torto, onde os ministros se reuniram, parece haver mudado de nome: chama-se Ilha dos Prazeres.
Já o governador paulista repetiu inúmeras vezes que não haverá racionamento no estado, que não faltará água em São Paulo. No entanto, mandou a Sabesp divulgar a iminência de um “rodízio” de água na capital, com as torneiras secas cinco dias por semana…
Evidencia-se continuarmos a viver dois Brasís, um das autoridades, outro da população. Que o Pai Gepetto nos salve, sob a perplexidade dos 39 ministros agora transformados em 40, dada a presença de Marco Aurélio Garcia na mesa das reuniões. Significativo o número, definindo a Granja do Torto também como uma certa caverna citada no folclore árabe.
Sobre o encontro ministerial, um reparo a fazer: Suas Excelências aplaudiram a presidente, como não poderia deixar de ser, mas estranharam-se depois, durante o jantar oferecido. Impossível que cada um conhecesse todos pelo nome e fisionomia. Um aglomerado partidário disforme causou constrangimento especial aos companheiros do PT, que preferiam ajuntar-se para debater e verberar “as loucuras da Martha”, menção ao mais recente artigo da ex-prefeita paulistana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário