sexta-feira, dezembro 2

Prostração de Bolsonaro desaponta seus aliados

 

Momento em que o presidente Jair Bolsonaro se dirigia aos apoiadores.

É crescente o desapontamento dos apoiadores de Jair Bolsonaro com seu estado de prostração, sem articular palavra, como que se esperava de quem, embora oficialmente derrotado, saiu das urnas com um raro capital político de líder da oposição, com mais de 58 milhões de votos. Ao contrário, a atitude do presidente é de desinteresse no próprio legado. No jantar organizado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, terça (29), ele parecia não querer estar ali. Chegou calado e foi embora assim.

‘Tropa’ ignorada

Desde o 2º turno, o ex-falante Bolsonaro esteve quatro vezes no Planalto e não dirigiu qualquer mensagem para manter sua “tropa” mobilizada.

Reagiu muito mal

O que mais incomoda e surpreende os apoiadores, segundo voz corrente dos convidados ao jantar do PL, é que Bolsonaro reage mal à derrota.

À espera de milagre?

Além de não se dirigir aos apoiadores, não há notícia de que Bolsonaro articule coisa alguma, nem para o presente e nem para o futuro.

Estranha atitude

Eleito em outubro, um parlamentar amigo de Bolsonaro dos tempos de caserna saiu do jantar impactado: “Não parecia aquele que conheço”.

Davi Alcolumbre preocupa equipe de transição

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, por onde começa a tramitar a PEC fura-teto, Davi Alcolumbre (União-AP) é motivo de desconfiança entre membros da transição, que tem pressa para aprovar o texto que libera a gastança fora do teto de gastos. O grupo lulista queria ter reunido a CCJ já nesta semana, na quarta-feira (30), mas Alcolumbre colocou o pé no freio. Como nos tempos de aliança com Bolsonaro, ele parece pretender, digamos, compensações políticas.

Ele se valoriza

Cabe a Alcolumbre convocar as reuniões da CCJ e designar o relator da PEC que pode, inclusive, ser o próprio senador.

Combinar com os russos

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem prometido a aprovação da PEC na próxima semana. Não é o que diz Alcolumbre.

Chá de cadeira

É sempre lembrado o caso de André Mendonça que, boicotado por Alcolumbre, esperou cinco meses virar ministro do Supremo.

Atrasado e mudo

O barulhento grupo de trabalho que está cuidando da área ambiental atrasou a entrega do relatório. Também não se falou nada da queda de 11% (dados do Inpe) no desmatamento da Amazônia.

Ataque mala

O crescimento do nome de Rogério Marinho (PL-RN) para a presidência do Senado fez a Transição atacar o Ministério do Desenvolvimento Regional, que senador eleito comandou e fez avançar como nunca a transposição do São Francisco e outras obras paralisadas no Nordeste.

Check-in

Sempre no holofote da equipe de transição para garantir uma vaga na Esplanada, Fernando Haddad cava uma cadeira na comitiva de Lula para os Estados Unidos, em dezembro. Não teve o nome confirmado ainda.

A voz do povo

Virou sensação na Câmara, esta semana, o caminhoneiro valente Zé Trovão (PL-SC), eleito deputado federal, apesar de censurado e da tornozeleira. Todos queriam selfie com ele, até a turma do cafezinho.

Passando o chapéu

Na reunião de quinta com Lula, sindicalistas levaram na pauta, além do aumento real do mínimo, a pretensão esperta da volta da excrescência do imposto sindical. O pleito foi barrado antes por Geraldo Alckmin.

Repelente

A vida de quem trabalha na área externa do CCBB é bem diferente das ótimas instalações da equipe de transição. Longe do conforto da sede, seja com a imprensa ou com a segurança, os mosquitos são implacáveis.

Vai bombar

A Suno Asset lançou o SNEL11, primeiro fundo imobiliário para investir em geração de energia por meio usinas fotovoltaicas, solar, de olho na expectativa de crescimento de 91,3% do setor, nos próximos anos.

Olho na grana

O TSE recebeu pedido para que destine a multa de R$22,9 milhões do PL para o compra de vacinas contra Covid-19. A ação é entidades ligados ao tratamento da hanseníase e aos direitos humanos.

Pensando bem...

...enquanto a Copa rolava, a Câmara aprovava a regulamentação da pouca vergonha, legitimando o lobby até para “influenciar” licitações.

Cláudio Humberto

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