Esta preciosidade poética é da lavra do saber e conhecimento do meu contemporâneo, colega de sala de aula em 1968 no Ginásio Agrícola de Currais Novos:
I
Oh! Meu Senhor Onipotente!
Veja que tamanha ingratidão.
O povo anda nas ruas falando,
Que eu sou um político ladrão.
Somente fiz o bem para todos,
Nunca participei da corrupção.
II
O Senhor sabe muito bem...
Que esse povo não tem razão.
Só porque eu ajudei os pobres
Recebi de propina um milhão.
Três apartamentos e um sítio,
Uma fazenda e uma mansão.
III
Fizeram grandes negociatas
E fui envolvido no Mensalão.
Só que eu não sabia de nada
E muito menos do Petrolão .
Pois , à justiça do outro lado,
Não tomou nenhuma decisão.
IV
O Senhor é minha testemunha
Que eu trabalhei com retidão.
À minha alma é a mais pura,
Alma viva da minha Nação....
Já não posso andar nas ruas,
Por causa da antiga corrupção.
V
Só me resta pedir ao Senhor ,
Sua Misericórdia e seu Perdão.
Depois do meu envelhecimento
Decrete à minha"canonização"
Que o povo tome conhecimento
Da minha milagrosa"salvação".
VI
Oh! Meu Clemente Pai Piedoso!
Ajude a construir meu santuário
Que depois da minha"salvação"
Terei pressa em fazer milagres.
Pois , serei o "santo" da razão
E dos abençoados operários.
VII
Oh! Senhor de toda Sabedoria!
Mais uma vez faço um pedido.
Que depois da minha"redenção"
Que eu julgue os meus inimigos
Preciso conceder o meu perdão
Ao lado do Seu Filho Querido .
VIII
Só assim eu serei reconhecido,
Por todos no Universo Sideral.
Que ao lado do Onipotente,
Eu me tornarei um ser imortal.
Não tenho ódio e ressentimento
Daqueles delatores sem moral.
Autor: José Wilson Barbosa.
Mossoró - RN.
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