sábado, agosto 11

ARTIGO - Para onde estão levando este país?

Por Antônio Melo
Jornalista
O Governo Federal quer cortar mais de 500 milhões da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Isso quer dizer que, em 2019, mais de 200 mil bolsas distribuídas pela instituição vão simplesmente desaparecer. Como se já não bastasse a extinção de programas como o Ciências sem Fronteiras.
De repente, bate aquela pergunta que a gente não se quer fazer: para onde estão levando este país? O buraco será suficientemente largo e fundo para caber todos nós? O Brasil está ficando mais pobre, o desemprego não diminui, a indústria e a construção civil não dão sinais de recuperação, nos cruzamentos o que cresce é o número de pedintes, malabaristas, lavadores de para-brisas. E a criminalidade aparece a cada dia mais como única porta à uma juventude desesperançada.
Mas a inflação, essa sim, está sob controle. Mas como, se os combustíveis sobem quase que diariamente? Isso, por consequência, deveria alimentar a inflação, uma vez que quando os combustíveis aumentam de preço, o custo do frete acompanha. E tudo –ou quase tudo- que consumimos é transportado por caminhões. Então, qual o milagre?
Simples.

Quem não se alimenta mais é o povo. Aquele mesmo povo que havia passado a consumir iogurte, fazer uma feirinha ao invés de pegar restos das feiras livres, até
a viajar de avião. Se ele não faz mais nada disso, a inflação não sobe mesmo. As empresas, já em dificuldades com a redução do número de consumidores, não aumentam seus preços para compensar margens porque se fizeram isso, irão diminuir mais ainda o mercado consumidor. Esse é o preço da inflação baixa.

Risco na água – O ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, de Natal, jurou de pés juntos quando buscava a reeleição que cumpriria seu mandato inteirinho. Não cumpriu nem o mandato e nem a palavra: passou o governo ao seu vice, Álvaro Dias. Como se vê, o que Carlos Eduardo diz, não se escreve.
Bolsonaro – Jair Bolsonaro conseguiu um vice que é mais do mesmo: o general quatro estrelas Antônio Hamilton Martins Mourão. Ou simplesmente general Mourão. Ele estreou na vida como político, espinafrando negros e índios com uma sem-cerimônia de deixar Bolsonaro com inveja. É também árduo defensor da ditadura militar e quer que os seus ex-companheiros de farda derrubem o governo. Qualquer governo. De democracia não falou. Talvez não entenda dessas bobagens.
De vice – Ah, o homem, o general Mourão, ainda está enrolado numa investigação sobre um simulador do exército. Um dossiê sobre o assunto já tem mais de 1300 páginas. E conta até sobre mimos oferecidos por uma empresa espanhola escolhida de forma pouco usual para ganhar a concorrência. Eram viagens e jantares para esposas de Morão e de outros oficiais em viagens à Espanha custeadas pela Tecnobit, a feliz ganhadora da tal licitação.
Arquivos – Por falar em Bolsonaro, ele andou prometendo abrir os arquivos do BNDES. Boa. Que tal aproveitar a mesma chave e abrir os arquivos da ditadura? Talvez assim a gente fique sabendo como foram mortos centenas de brasileiros e onde foram desovados os seus corpos. Vai fundo, Bolsonaro. Dou o maior apoio.
http://portalnoar.com.br/

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