quarta-feira, julho 4

Em meio a agressões, 13 vereadores rejeitam impeachment da prefeita

Apresentado à Câmara Municipal de Natal pelo vereador Júlio Protásio (PSB), o pedido de abertura do processo de impeachment da prefeita Micarla de Sousa (PV) foi rejeitado por 13 votos a sete. A única ausência foi do vereador Maurício Gurgel (PHS). A votação foi marcada por tumulto no plenário e nas galerias. Em plenário, o embate era entre os vereadores da base governista e Júlio Protásio. Nas galerias, militantes governistas e oposicionistas trocaram acusações. Essa foi a última sessão antes do recesso parlamentar.
Votaram a favor da abertura do processo de impeachment os vereadores Júlio Protásio (PSB), Júlia Arruda (PSB), Sargento Regina (PDT), George Câmara (PCdoB), Fernando Lucena (PT), Luís Carlos (PMDB) e Raniere Barbosa (PRB). Os parlamentares Adão Eridan (PR), Assis Oliveira (PR), Heráclito Noé (PR), Albert Dickson (PP), Chagas Catarino (PP), Franklin Capistrano (PSB), Bispo Francisco de Assis (PSB), Adenúbio Melo (PSB), Ney Lopes Júnior (DEM), Edivan Martins (PV), Aquino Neto (PV), Enildo Alves (DEM) e Dickson Nasses (PSB) votaram contra.
Uma mulher desmaia por conta do tumulto dos vereadores do governo com oposição
Ao defender o voto contrário à abertura de impeachment, Heráclito Noé (PR), que deixou a chefia do Gabinete Civil da prefeita na manhã de ontem, criticou a postura de Júlio Protásio. "Não sei qual é o Júlio Protásio que está hoje na Câmara. Se é o Júlio Protásio que até dois meses atrás elogiava a prefeita, não via erros na administração, ou o que hoje pede o impeachment da prefeita porque teve os cargos comissionados, indicados por ele, exonerados da prefeitura", criticou Heráclito.
O republicano afirmou que o vereador está usando o pedido de impeachment para se promover eleitoralmente. "Eu respeito os vereadores que, desde o início, fazem oposição nesta Casa. Não é o caso do vereador Júlio Protásio, que passou três anos e meio defendendo a prefeita. Isso é oportunismo. O vereador está em plena campanha eleitoral. Júlio não tem coerência. Não tem moral para pedir o impeachment da prefeita", criticou.
Ao se defender, Júlio lembrou que Heráclito Noé foi eleito pela oposição e depois aderiu à base de Micarla, assim como ele fez. No pleito de 2008, Júlio apoiou para prefeita a deputada federal Fátima Bezerra (PT). Heráclito esteve no palanque do ex-deputado estadual Wober Júnior (PPS). Ambos aderiram a Micarla. Júlio rompeu recentemente. "Heráclito se elegeu pela oposição e aderiu ao governo Micarla, dizendo que iria salvar em a administração em nove meses. Pediu exoneração da secretaria para defender a prefeita", declarou o pessebista.
Horas antes da votação houve tumulto. A mulher do vereador Júluio Protásio acusou o secretário adjunto de Meio Ambiente e Urbanismo, Eugênio Bezerra, de agressão. Eugênio negou que tenha cometido qualquer agressão. Ele declarou que, durante a discussão, estava gesticulando muito, quando levou um golpe de um dos seguranças da Casa. Júlio informou que sua mulher prestou queixa contra Bezerra na delegacia da mulher.
No final da tarde, a prefeitura divulgou nota lamentando "os tristes fatos ocorridos na tarde de hoje (ontem) nas galerias da Câmara Municipal do Natal quando o jornalista Eugenio Bezerra, ocupante do cargo de secretário-adjunto da Semurb, foi agredido e expulso das dependências daquela Casa Legislativa". O jornalista prestou queixa na 1a. Delegacia de Polícia e se submeteu ao exame de corpo de delito.



Fonte: Diário de Natal

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