Poesia
Tome, doutor, esta tesoura e corte
A minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo o meu coração depois da morte?
Ah. Um urubu pousou na minha sorte,
Também nas diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contato de bronca destra forte.
Dissolva-se, portanto, a minha vida
Na aberração de uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo
E fique no abstrato das saudades
Batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo.
Tome, doutor, esta tesoura e corte
A minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo o meu coração depois da morte?
Ah. Um urubu pousou na minha sorte,
Também nas diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contato de bronca destra forte.
Dissolva-se, portanto, a minha vida
Na aberração de uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo
E fique no abstrato das saudades
Batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo.
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