Com a proximidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado em menos de um mês, mais de 119 mil potiguares intensificam a preparação para a prova de redação, uma das mais temidas e decisivas do exame. Segundo o professor de português Sérgio Lima, as práticas regulares de leitura e escrita são essenciais durante o período de preparação para a avaliação dissertativa-argumentativa do Enem.
Sérgio ressalta que o aluno deve ser um leitor assíduo, lendo os mais variados gêneros textuais para entender, interpretar e compreender a mensagem que está sendo veiculada pelo texto. Em relação à escrita, o professor aponta que deve ser um hábito diário e contínuo, que aliado a leitura, propiciará tenha domínio e proficiência ao aluno no ato de escrever e organizar suas ideias.
Outro ponto importante destacado pelo educador remete-se ao processo de análise da redação. Lima explica que são divulgadas uma série de cartilhas com as competências exigidas pela prova e redações que alcançaram a nota máxima (mil), para que o aluno leia e entenda a estruturação dos textos em questão. Ele também pontua que o estudante pode exercer o papel de “analista dos seus próprios erros”, reescrevendo suas redações para identificar quais são as falhas e realizar as devidas correções.
O educador também destaca a importância de uma boa análise do comando da proposta de redação, para que os alunos consigam organizar suas ideias e estruturar o texto de forma clara e progressiva, defendendo o seu ponto de vista. “O aluno deve priorizar a análise da proposta, identificando o tema principal, os problemas decorrentes daquele tema e as possíveis formas de resolver a questão social indicada pela banca”, orienta.
Na reta final, Sérgio ressalta dois pontos-chave que os alunos devem focar: a estruturação do texto e o processo argumentativo. “Em relação à estruturação, o texto deve conter quatro parágrafos. Na introdução, é preciso dividir em três partes: tema, problema e tese. Na argumentação, o aluno deve seguir quatro etapas: apresentar o tópico frasal, justificar a ideia com repertório sociocultural, expor seu ponto de vista e, por fim, fechar a ideia. Já no último parágrafo, a conclusão, é necessário trazer uma proposta de intervenção para os problemas apresentados”, explica o professor.
Sobre a argumentação, Sérgio orienta que os alunos devem entender os movimentos e as estratégias argumentativas, focando mais na clareza da apresentação da ideia do que apenas no repertório. “O argumento pode ser lógico, quase lógico ou até jurídico, visando persuadir e convencer o corretor, com o objetivo de alcançar a nota máxima na redação”, acrescenta.
Quanto à temática da redação deste ano, o professor afirma que o Enem costuma abordar questões sociais, especialmente relacionadas a minorias e grupos marginalizados. Sérgio relembra que temas como a valorização das comunidades tradicionais e o reconhecimento do trabalho de cuidado realizado por mulheres já foram abordados. “Pensando na questão da desigualdade social, podemos ter temas como a desigualdade econômica, a falta de oportunidades educacionais, o acesso à tecnologia na educação ou, ainda, questões ambientais, que há tempos não são abordadas”, finaliza.
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