Foto: Jorge William/Agência O Globo
A avaliação da Procuradoria-Geral da República (PGR) é que a divulgação integral do vídeo nesta sexta-feira provocou um viés político em uma investigação que deveria se ater ao campo criminal. O procurador-geral da República, Augusto Aras, já tinha pedido ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que divulgasse apenas os trechos do vídeo que citavam a Polícia Federal para evitar a antecipação de um clima eleitoral.
Para a PGR, essa divulgação não mudou o teor dos fatos sob investigação, mas fortaleceu o discurso político do presidente Jair Bolsonaro. Apesar de haver declarações consideradas desastradas por parte dos ministros do presidente, ainda não há uma avaliação de que exista registro de outros crimes nesta reunião.
O vídeo é considerado relevante para as investigações porque corrobora as acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, de que Bolsonaro o ameaçou demiti-lo caso não conseguisse trocar o superintendente da PF do Rio. Porém, apenas os dois trechos que dizem respeito a esse assunto são provas a serem usadas no inquérito. As demais declarações são assuntos estranhos ao objeto da investigação, por isso a PGR foi contra a divulgação.
Em sua manifestação enviada anteriormente a Celso de Mello, Aras escreveu: “A divulgação integral do conteúdo o converteria, de instrumento técnico e legal de busca da reconstrução histórica de fatos, em arsenal de uso político, pré-eleitoral (2022), de instabilidade pública e de proliferação de querelas e de pretexto para investigações genéricas sobre pessoas, fatos, opiniões e modos de expressão totalmente diversas do objeto das investigações”.
O Globo
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