
30 de julho de 1898.
Morria o homem que havia forjado o Império Alemão: Otto von Bismarck.
Mas sua morte, longe de encerrar uma era com solenidade, inaugurou um dos primeiros grandes escândalos midiáticos da era moderna.
Poucas horas após o falecimento, dois fotógrafos de Hamburgo — movidos por ganância e ambição — invadiram sua residência em Friedrichsruh. Haviam subornado o guarda-florestal para saber o momento exato da morte. Entraram por uma janela, rearrumaram o corpo, ajeitaram o travesseiro, moveram os ponteiros do relógio de cabeceira... e dispararam a câmera.
O resultado foi a primeira fotografia clandestina de uma figura pública em seu leito de morte — vendida por 30 mil marcos, com promessa de 20% sobre os lucros futuros.
Mas o que parecia um golpe de sorte logo se transformou em ruína: os fotógrafos foram descobertos, presos e condenados. A imagem, amaldiçoada pelo escândalo e pela morbidez, só seria publicada em 1952, pela Frankfurter Illustrierte.
Hoje, parece apenas uma antiga fotografia.
Mas naquele dia, algo mais profundo aconteceu.
Porque, junto com Bismarck, morria a privacidade — e nascia o paparazzo moderno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário