domingo, setembro 14

Políticos do RN lamentam morte de supremacista branco que afirmou que a escravidão era melhor porque os negros cometiam menos crimes


Bolsonaristas reagem a morte de supremacista branco (Foto: reprodução

Um assassinato brutal por motivação política finalmente sensibilizou políticos da extrema direita do Rio Grande do Norte. O caso do supremacista branco Charlie Kirk causou uma indignação jamais vista quando o petista Marcelo Arruda e a vereadora carioca Marielle Franco foram assassinados.

O senador Rogério Marinho (PL), que já chorou pelos golpistas do 8 de janeiro, ficou indignado com a morte de Kirk tentando atribuir o crime a esquerda. “A morte de Charlie Kirk, baleado hoje durante evento na Utah Valley University, é uma tragédia que escancara a barbárie alimentada pela intolerância da esquerda”, escreveu no Instagram. “Sua arrogância e prepotência, que interditam o debate e demonizam quem pensa diferente, culminam em atentados como este, que, infelizmente, se repetem globalmente. ‘Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é’ – essa tática vil silenciou uma voz corajosa que inspirava milhões. Charlie, seu legado de luta pela liberdade e diálogo viverá. Descanse em paz”, complementou.

A voz corajosa que Marinho cita é que proferiu esta frase: “Era melhor pros negros quando eram escravos pois cometiam menos crimes”.

O único direitista a reagir ao crime de forma mais equilibrada foi o Styvenson Valentim (PSDB), que certa vez se perguntou o que uma mulher periférica agredida por um policial quando buscava ajuda após ser vítima de violência doméstica fez para levar “dois tapas bons”. “Crueldade. O mundo enlouqueceu: o mal é exaltado e o bem punido”, comentou.

O deputado federal General Girão (PL) chamou a esquerda de assassina. “Absolutamente revoltante o atentado que o influenciador conservador Charlie Kirk sofreu há pouco nos EUA. A esquerda mundial é criminosa em todos os sentidos. Tiros, sangue e vidas em risco. Não esqueçamos que Bolsonaro levou uma facada, Trump foi alvo de atirador, agora Kirk é baleado em pleno evento público”, avaliou.
“Até quando vamos fingir que isso é normal? A direita não pode se calar diante dessa escalada de ódio”, sugeriu o parlamentar que não manifestou essa revolta quando o petista Marcelo Arruda foi assassinado por um bolsonarista em Foz do Iguaçu.

O também deputado federal Sargento Gonçalves (PL) ficou indignado com o crime nos EUA. “Urgente! Esquerda assass1nou Charlie Kirk, influenciador aliado de Trump, que foi vítima de um disparo de arma de fogo em universidade e foi hospitalizado imediatamente, mas não resistiu aos ferimentos. Esse é o modus operandi da esquerda no mundo inteiro. Eliminam seus inimigos políticos e nada acontece”, escreveu no Instagram numa referência a morte do estadunidense que chegou a dizer que perdas de vidas seriam necessárias para manter o direito ao porte de armas nos EUA.

O deputado estadual Coronel Azevedo (PL) foi mais econômico nas palavras. Postou um vídeo dublado em que Kirk faz uma pregação do modo de vida estadunidense e cristão. “Que sua memória seja uma benção!”, frisou em referência ao supremacista que já falou que “a lei perfeita de Deus diz que os gays devem ser apedrejados até a morte”.

Descendo abaixo na cadeia alimentar da política, o vereador Matheus Faustino (UB), membro do MBL, organização que espalhou fake news pavorosas na época da morte de Marielle Franco, fez postagens culpando a esquerda pela morte do homem que classificou como “ativista” e “patriota”.

A vereadora Camila Araújo (UB) citou Olavo de Carvalho para dizer que ódio e o assassinatos estão no cerne da esquerda para lamentar a morte do homem que certa vez disse que “mulheres negras não têm capacidade de processamento cerebral para serem levadas a sério. Você tem que roubar a vaga de uma pessoa branca”.

Kirk foi assassinado em Utah na última quarta-feira pelo jovem Tyler Robinson, de 22 anos. Não há registro de que ele tenha qualquer ligação com a esquerda estadunidense. Além disso, era de família cristã e conservadora.

Fonte: Blog Bruno Barreto

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