sábado, maio 21

AMIGAS E COMADRES DESDE OS TEMPOS DA MOCIDADE

 

Agradeço ao Dr, Cidinho Wanderley o envio desta preciosidade recordativa dessas duas mulheres que consolidaram amizade nos áureos tempos da mocidade.
Maria Dalva Silva Cardoso, minha madrinha e Joaquina Paulino de Andrade - minha mãe! 
Ambas viveram os mesmos prazeres e dificuldades da sua geração. 
Como fui menino curioso, esperto e perguntador, sei contar alguns lances como era vivência delas naqueles longínquos anos de falta de desenvolvimento, diversão e lazer.
Mamãe nasceu 9 anos a frente de Madrinha Dalva.
Mamãe se viva fosse completaria em 4 de dezembro 105 anos - faleceu aos 98 e seis meses.
Madrinha Dalva Graças a Nossa Senhora do bom viver e com as graças da padroeira do bom destino, completará 96 anos em 12 de agosto do ano em curso.
A história que tenho a contar é seguinte: 
Madrinha Dalva em 1940, formou um bloco de moças amigas para brincarem o carnaval. 
Mamãe me citou vários nomes que sinceramente pouco recordo.  
Lembro bem de Mariquinha Mendonça, esposa de seu Sidrônio  lá da  Ponciana.
Sabem porque fixei na lembrança dona Mariquinha? 
Devido sua habilidade em corte e costura. 
Atravessei o rio do Assú, muitas vezes, indo pegar as encomendas de vestidos que minha mãe  mandava sua colega de bloco fazer. 
Toda vez que saia de casa, ela recomendava um abraço e mandava eu perguntar, se ela ainda se lembrava do carnaval de 40 no bloco de madrinha Dalva. 
Nesta época nem lança perfume existia - elas criaram uma tal de "laranjinha" para jogar no bloco dos rapazes: 
Era uma especie de bola de plástico cheia d'água perfumada. 
Quando o bloco das mulheres cruzavam o bloco dos rapazes - faziam aquela guerra de troca de laranjinhas, cada uma jogando a sua no seu pretende para namoro.
Existia uma coisa comum entre as duas: eram vaidosas no vestir e no calçar.
Mamãe era muito consumista na questão de se vestir bem. 
Suas roupas eram feitas por dona Mariquinha e uma modista de Assu que me falha a memória do nome.
Sei que cada  sábado que papai ia para o Assu, pelo menos 1 vez no mês ela dizia: me traca dois cortes de panos diferentes, ai dizia como queria. 
Traga uma sandália tal, ela ditava tudo que queria.
Lembro que a primeira viagem que Alaíde de Zé Loló fez ao Rio de Janeiro, mamãe disse: Alaíde custe o que custar, na sua volta, me traga uma peruca.  
Eu achei muita bonita, uma que João Cardoso marido de comadre Maria Dalva comprou pra ela. 
Recado dado, missão comprida - lembro que na época Alaíde disse, dona Joaquina paguei por ela 80 cruzeiros, mamãe meteu as mãos dentro do seio, puxou duas notas de 50 e disse: minha filha o troco é seu.
Carlinhos de Chico Alves me mandou fotos antigas: digitalmente fiz sua exposição. 
Agora Cidinho me enviou esta maravilhosa imagem.
Agora uma coisa tenho absoluta certeza, deste bloco dos anos 40, acredito que viva esteja apenas minha madrinha... 
Que Deus lhe conceda mais anos, para alegria de todos que lhe devotam bem.

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