Meu Rio Grande do Norte
Onde fica tua porteira?
Pra essa gente guerreira
Se livrar dessa má sorte
Pois não há quem mais suporte
Servi as oligarquias
Cheias de demagogias
Enganando nossa gente
De forma covardemente
Prometendo melhorias
Oh, meu pobre Rio Grande
Administrado tão mal
Herança medieval
Que na eleição se expande
Com quatro famílias no estande
Se alternando no poder
Fazendo a gente sofrer
Na base da vassalagem
Um feudo de vadiagem
Que o progresso fez morrer
Rio de belas alegrias
De um tempo que passou
Teu rosado desbotou
Orquestrado em parcerias
Com Alves, Maias, Farias.
Maltratando-nos sem dó
Da central ao Seridó
Causando um Potiguacídio
Promovendo fratricídio
Reduzindo a gente a pó
Oh, meu esplêndido estado
Que expulsou lampião
Hoje anda na contra mão
Sofrendo desgovernado
Há tempo foi raptado
Tratado como curral
No processo eleitoral
Vira pequeno riacho
Um Refém do cambalacho
Dos que só nos fazem mal
Oh, minha terra querida
Onde corre o Potengi
Ostentando o Cabugi
No presente, tão sofrida.
Sangrando pela ferida
Dos que fazem do poder
Meio de sobreviver
De maneira hereditária
E de forma autoritária
Impedem nosso crescer
Meu lindo solo sagrado
Chão de Alzira Soriano
Que sofre a cada ano
Com seu povo feito gado
Produto nesse mercado
De campanhas eleitorais
Com coronéis municipais
Que a nossa venda compete
Cento e sessenta e sete
São os exatos currais
Oh, Meu pequeno elefante
De Felipe Camarão
Miguelinho, Fabião.
E Jesuíno brilhante
Desse povo fascinante
Figuras de nossa história
Muito vivas na memória
Dessa gente potiguar
Querendo se libertar
Do cabresto dessa escória
Oh, Rio Grande do Norte.
Filho macho do nordeste
Lutando contra essa peste
Que nos levará pra morte
Mas nossa gente é forte
Já aprendeu dizer não
Fugindo do acordão
Desses clãs parasitários
Não vamos mais ser otários.
Pra vocês nessa eleição
Aqui nasceu o Brasil
Cascudo e Militana
Com Tanta gente bacana
Moldando nosso perfil
Desse povo varonil
Que expulsou o holandês
Nós não somos de burguês
Merecemos mais respeito
Se não tiver outro jeito
Expulsaremos vocês
Poeta Lino Sapo
Poeta Lino Sapo
Adendo - O poeta bem que devia incluir outras oligarquias que se formaram ao longo deste tempo, explorando associações, sindicatos e outros movimentos organizados de forma partidarizada para se locupletarem no poder: deputados, prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e outros de menores expressões vivendo as custas das misérias coletivas. A safra de opções é duvidosa, frágil e escassa: se nos livramos dos tradicionais tubarões, corremos o risco de fortalecer a camada de oportunistas que vem se formando na sombra destes maiores. Preste atenção que tem gente que entrou na politica apenas com a vida e a coragem hoje vive esbanjando riqueza e poder em cima dos mais humildes!
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