sexta-feira, novembro 21

CARLOS CHAGAS
A HONESTA DESONESTIDADE



Um partido político não começa a morrer quando conquistado de fora, pelos adversários, mas no momento em que passa a ser destruído de dentro, por seus próprios integrantes. A regra milenar serve para civilizações, países, corporações, até clubes de futebol.
O PT encontra-se nessa situação. Pouca influência tem em sua sobrevivência os ataques do conservador PSDB ou a histeria do PSOL e penduricalhos, do outro lado. Os companheiros estão entrando em colapso por conta de suas atividades. Uma vez conquistadas as primeiras vitórias, mesmo aquelas menores, como as prefeituras do interior de São Paulo, o partido chegou ao poder maior, com a vitória do Lula. Aí se intensificaram as atividades agora responsáveis pela deturpação, a desmoralização e agonia da legenda. O capítulo dos escândalos na Petrobras é apenas mais um, envolvendo outros anteriores.
Encontra-se o PT em pleno conflito entre a honesta desonestidade ou, se quiserem, entre a desonestidade honesta. Fora aquela parcela de aproveitadores existentes em toda comunidade, sempre interessados em aumentar suas contas bancárias, a grande maioria do partido justifica o assalto à coisa pública como decorrência natural da luta para reformar e até revolucionar costumes e instituições. Trata-se, para eles, de um confronto ideológico, necessário para a concretização de suas propostas. Se é para promover a justiça social, a igualdade e as mudanças imprescindíveis à construção de uma nova sociedade – tudo será válido. Até superfaturar preços, cobrar propinas, fraudar contratos e comprar opiniões. Imaginam que o objetivo final justifica todos os instrumentos utilizados.
O problema, para os companheiros, é que ao construir uma nova ordem, geraram a desordem. Pergunte-se a seus líderes se estão arrependidos e eles ficarão surpresos e irritados. Para eles, tudo é permitido no rumo do final projetado. Apenas, esqueceram-se dos valores fundamentais que deveriam pautar a vida em sociedade. Não há, para o PT, uma ética universal e permanente, mas diversas éticas capazes de anular-se.
É PRECISO CORAGEM
Graça Foster perdeu as condições de continuar presidindo a Petrobras. Só a presidente Dilma não percebe a necessidade de uma varredura completa, ampla e irrestrita, na estatal. Indaga-se sobre a existência de quem possa substituir a amiga fiel, seja técnico, político, empresário, civil ou militar. O diabo é a necessidade de despedir, antes mesmo de nomear. Logo aparecerá um alguém pregando a privatização completa da empresa. Melhor agir rápido…
Fonte: Diário do Poder

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