Até a década de 1970, os negros eram raríssimos na televisão brasileira. Nas novelas eram relegados a papéis secundários. No jornalismo, então o cenário era ainda mais desolador.
Nos noticiários, hoje temos figuras de peso como Maju Coutinho, Heraldo Pereira, Zileide Silva, Márcio Bonfim e tantos outros. E todos tem uma espécie de dívida com Glória Maria.
Já contratada, Glória Maria fez sua primeira grande reportagem em novembro de 1971, cobrindo o trágico desabamento do elevador Paulo Frontim.
Fez entrevistas históricas de Freddie Mercury, durante o primeiro Rock in Rio, em 1985, ao General João Batista Figueiredo, o último ditador do regime militar, que sempre dizia, tira aquela negrinha da globo daqui.
Glória Maria, percorreu o mundo fazendo reportagens. Esteve na Palestina, na Nigéria e, no Sultanato de Brunei. Gabava-se de ter conhecido mais de 200 países.
Foram mais de 50 anos no ar, na emissora de maior audiência do país. Seu pioneirismo abriu portas para várias gerações de jornalistas negros.
E sua carteira admirável é um exemplo de dedicação e coragem para todos os profissionais da área.
CHICO TORQUATO
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