Pesquisas qualitativas feitas pelo PT deram novo norte aos aliados de Fernando Haddad que buscam uma rota para desconstruir Jair Bolsonaro (PSL). Integrantes da equipe do petista dizem que “não é chamando o eleitor dele de fascista” que vão minar o apoio ao candidato do PSL. A ordem é explorar contradições de Bolsonaro e tentar apresentá-lo como mentiroso. Essa foi a linha definida na última propaganda, que expôs posições divergentes do presidenciável sobre o Bolsa Família.
O PT começou a exibir votos do capitão reformado na Câmara em projetos de interesse social para pôr em dúvida propostas que ele faz hoje.
RELEMBRAR… – Parte da retórica de Bolsonaro contra o PT nessas eleições não é nova. Palavras-chave de seu discurso já foram usadas para celebrar uma derrota do petismo no governo Lula. “Foi a vitória de Davi contra Golias, do bem contra o mal, da democracia contra a ditadura e da verdade sobre a mentira deslavada do PT”, disse ele, em 2005.
Na ocasião, o deputado parabenizava Severino Cavalcanti, de seu partido à época, o PP, por ter vencido a disputa pela presidência da Câmara. Severino ficou no cargo por menos de 250 dias. Caiu com o escândalo do “mensalinho”, acusado de cobrar propina de donos de restaurantes que funcionavam na Casa.
E um sinal dos tempos foi uma funcionária transgênero de uma hamburgueria frequentada por Haddad e integrantes de sua equipe de comunicação perguntar a auxiliares do petista se deveria voltar a se vestir de homem até “isso tudo terminar”.
NORDESTE – No sábado (dia 13), Bolsonaro gravou vídeos direcionados ao Nordeste. Ele falou sobre o pagamento do 13º salário para o Bolsa Família e propostas para o semiárido. As peças serão incluídas nas propagandas do candidato na TV.
A equipe do presidenciável incluiu entre as propostas do plano de governo o incentivo à atuação do Exército na construção de poços artesianos no sertão nordestino.
Outra ação que entrou no catálogo do PSL é a conclusão da Ferrovia Oeste-Leste, estratégica para escoar minério e grãos na Bahia.
POTE DE OURO – O superministério idealizado por Bolsonaro para agregar Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário já tem provocado uma corrida ao presidenciável pela indicação do eventual futuro ministro. Amigo de Bolsonaro e antes certo para a pasta, o presidente da UDR, Luiz Antônio Nabhan, não está mais sozinho no páreo.
Nabhan tem o apoio de grandes produtores independentes, mas outros dois pesos pesados do setor reivindicam indicar o ministro: a Frente Parlamentar da Agropecuária e a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que agrega federações e sindicatos rurais.
O nome de Nabhan divide a bancada ruralista. Bolsonaro foi avisado.
PELOS DIREITOS – A Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho vai cobrar que o próximo governo respeite os direitos trabalhistas previstos na Constituição e garanta a aplicação da atual legislação ambiental. Os juízes tentam marcar posição após falas polêmicas de aliados de Bolsonaro.
Os magistrados vão emitir nota. Haverá ainda recado ao PT. O documento vai repudiar a hipótese de aparelhamento do estado e condenar a corrupção.
FÍSICA E POLÍTICA – Do cientista político Carlos Melo, do Insper, sobre FHC ter dito ao jornal O Estado de S.Paulo que não dará apoio automático a Haddad:
O PT esperava que apoios de segundo turno se dessem pela lei da gravidade. Não entende de física, nem de política…
Nenhum comentário:
Postar um comentário