Aluizio Lacerda

Vice-prefeito aponta êxodo partidário como consequência de desatenção política

AFONSO BEZERRA 

 A migração partidária de quatro vereadores que compõem a base de sustentação política na Câmara Municipal ao prefeito de Afonso Bezerra, região Central potiguar, Jackson Bezerra (PSD), traduziu a falta de atenção do mandatário com as questões políticas de seu sistema. O autor da avaliação é o vice-prefeito Cícero Francisco dos Santos, "Cícero Umbelino", que, como os legisladores, também trocou de partido.

O vice-prefeito se desligou do PMN e reforça as fileiras do PROS. Junto com ele ingressaram na legenda os três vereadores que foram eleitos em 2012 pelo PSD: João Batista da Cunha, "Neto de Zoraide"; Alarizo Ferreira da Cunha Júnior; e Valquir de Melo Santos, "Valquir Umbelino". O PROS ainda conquistou a adesão do vereador Jerryvaldo Luiz de Almeida Figueiredo, oriundo do DEM e líder do prefeito no Poder Legislativo municipal.

O vice-prefeito foi porta-voz da queixa dos vereadores que, segundo suas declarações, padecem com o fato de o chefe do Executivo manter-se alheio às reivindicações do grupo. "Cícero Umbelino" julga que o distanciamento do prefeito dos parlamentares-mirins foi determinante para que estes decidissem tomar outro rumo partidário. Apesar de solitário no PSD, Jackson Bezerra nega que exista desavença com os aliados no parlamento municipal.

Salientou que os vereadores permanecem perfilados à base governista e que a nova opção partidária traduziu um fato ligado estritamente à política estadual e, portanto, sem interferência no contexto local. Declarou que, como filiado do PSD, obedecerá a orientação partidária no tocante à eleição estadual para Governo do Estado e Senado. Porém, admite dialogar sobre outros projetos: Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.

RISCO

Apesar da confiança externada pelo prefeito de que a mudança de partido dos vereadores não lhe trará qualquer embaraço político, nos bastidores os comentários são de que Jackson Bezerra poderá ver mais fragilizada ainda sua já desfavorável condição numérica na Câmara, onde a oposição soma cinco representantes, e onde está em vias de ser instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta pelo vereador Gustavo Bezerra (PDT), para investigar sua administração.

Fonte: O Mossoroense