Protesto suspende desfile em Maceió
Cerca de 300 integrantes de movimentos Sem-terra, partidos
políticos, sindicatos e estudantes se infiltraram no desfile de 7 de
Setembro, que acontecia na Praia da Avenida na manhã deste sábado, e
acabaram encerrando o evento ainda na metade. Eles estavam concentrados
em frente ao Clube Fênix e entraram durante apresentação da Polícia
Militar.
A policia tentou fazer uma barreira com a viatura, mas de nada
adiantou. Os manifestantes do movimento que se intitulou “Grito dos
Excluídos” ultrapassaram o bloqueio. O protesto tinha bandeiras
inúmeras: reforma agrária, moradias populares, melhoria salarial, entre
outras.
O Bope e a Polícia Militar fizeram dois cordões para tentar garantir a continuidade do desfile, mas o protesto seguiu em frente.
O comandante do Bope, coronel Ítalo Hermes, tentou negociar com os
manifestantes e com o diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
Izac Jacson. Sem acordo, o desfile de 7 de Setembro terminou por volta
das 10 horas, antes do programado.
A estimativa é que mil pessoas deixaram de desfilar neste sábado. Não
entraram na avenida as apresentações do Batalhão de Polícia Ambiental,
do Instituto do Meio Ambiente, dos escoteiros e dos alunos da escola da
Polícia Militar.

Izac disse que os manifestantes queriam ter o direito de desfilar
passando pela avenida após as escolas. “É um direito nosso e a polícia
tentou impedir. Tem trabalhadores, estudantes e diversas classes
sindicais, além de crianças participando da nossa manifestação”,
protestou.
O final do desfile foi anunciado por volta das dez horas da manhã no
palco principal onde estava o governador Teotonio Vilela junto com
outras autoridades. Já haviam passado pela avenida as tropas do
Exército, Marinha, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros e o Batalhão de
Operações Especiais (Bope). O protesto avançou quando o pelotão da
Polícia Militar e da Polícia Civil entrou na avenida.
Antes do desfile, Viela foi questionado sobre a possibilidade de
ocorrerem manifestações durante o evento. Ele afirmou que achava
importante a população protestar e que era um direito de todos.
“Hoje
é dia de festa, de comemorar a democracia. Acho que todos tem o
direito de protestar e isso até ajuda que nós possamos ver as demandas
da população”, declarou.
Após ser anunciado o cancelamento oficial, ele deixou o local sem falar com a imprensa.
Os manifestantes abriram espaço para que escoteiros ambientais
desfilassem mesmo com o desfile já ter sido cancelado e boa parte do
público já ter deixado as arquibancadas. No final, os manifestantes
desfilaram pela avenida de forma pacífica.
Quem estava assistindo
ao desfile reclamou do protesto. A aposentada Leane da Silva, de 59
anos, assiste todos os anos o desfile do dia 7. Fazendo coro com boa
parte da plateia, ela reclamou do cancelamento.
“Saí de casa logo cedo para ver o desfile e fui surpreendida com um
protesto, que acabou com o desfile na metade. Vou para casa chateada
esse ano”, disse.
Gilsa Ferreira só assistiu a 15 minutos do desfile. Ela chegou
atrasada e só conseguiu ver os manifestantes passando pela avenida. “Eu
queria ter assistido o desfile. Trouxe meu filho para ver as tropas, mas
acho que todo mundo tem o direito de protestar”, afirmou.
Fonte: Blog do BG
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