sábado, setembro 21

              Dilma, subjugada ao Marketing, esquece de governar
Por Jorge de Oliveira


Rio – Desde que o Lula anunciou a reeleição da Dilma e se disse fora da disputa, o governo passou a ser comandado pelo marqueteiro João Santana, responsável pelas eleições dos presidentes petistas. Sempre que pode, Santana reúne em torno dele a Dilma, o Lula e assessores preocupados com a performance da presidente.
Tudo é estrategicamente traçado por ele:  viagens, discursos, gestos, atitudes, sorrisos e decisões visando o segundo mandato da Dilma.  Agora, até política externa.

O adiamento da viagem de estado da presidente aos Estados Unidos faz parte dessa estratégia de marketing.  Os empresários e políticos estão preocupados com essas atitudes atabalhoadas desses esquerdistas mumificados.  Os que hoje arrotam valentia contra a espionagem nunca levantaram a voz para cobrar dos EUA respostas aos crimes dos seus agentes contra os jovens brasileiros que lutaram contra a ditadura militar.

O próprio Lula, ao assumir a presidência,  varreu tudo pra baixo do tapete. Deslumbrado com o poder, dizia-se tão intimo de Bush que numa viagem ao exterior, tranquilizou um interlocutor: “Deixa que eu vou falar com o meu amigo Bush”. A simpatia por dirigentes  truculentos chegou ao ápice, quando o ex-presidente abriu uma reunião na Líbia com esse discurso: “Muammar Kaddafi, meu  amigo, meu irmão e líder”.

É por causa desse comportamento político desastrado dos petistas que ninguém está levando muito a sério os arroubos da Dilma em se recusar a jantar e dançar no salão de festa do Obama . Mas, em todo esse imbróglio, o que se tenta, na verdade,  é esconder – é aí que entra o marketing – a impopularidade da Dilma que ameaça a sua reeleição diante dos últimos acontecimentos que mancham o seu governo.

O roubo de 400 milhões de reais do Ministério do Trabalho, a economia sinalizando estagnação, o descrédito do ministro Mantega, o início da debandada dos partidos aliados, o sucateamento do serviço público, a crise na saúde, as obras de infraestrutura paralisadas e o processo do mensalão que vai se arrastar desgastando a imagem petista. São esses escândalos e a inercia administrativa que a Dilma tenta esconder com essas bravatas bolivarianas.  Desorientada e pressionada pela cúpula do PT, que exige melhores índices nas pesquisas,  a presidente viaja pelo país inaugurando obras de vereador para se manter ativa na campanha à reeleição, orientada pela equipe do marketing  que ocupou o Palácio do Planalto.

Empresários e políticos dizem que a decisão de Dilma de adiar o encontro não vai interferir em nada no relacionamento entre os dois países. O Globo, em editorial, condena a bravata da presidente e considera a atitude “eleitoreira”. Portanto, nada abala a relação comercial dos dois países, mas  o fato serve para que a presidente ocupe o espaço na mídia e atraia alguns brasileiros abestados para uma cumplicidade histérica e idiotizada desse blefe eleitoreiro.

Fonte: Diário do Poder

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