domingo, fevereiro 11

Inteligência Artificial já é realidade para mercado da construção civil e imobiliário

 


Tecnologia cada vez mais presente na vida dos brasileiros, a Inteligência Artificial já é uma realidade para o mercado de construção civil e de imobiliárias do Rio Grande do Norte. É o que apontam interlocutores do segmento, que avaliam a chegada da IA ao mercado como benéfica e com ganhos substanciais na gestão de obras, simulação de possibilidades e impactos antes da execução de um projeto e também no atendimento personalizado para determinadas situações. Empresas potiguares já têm utilizado a IA e consideram um “caminho sem volta”.

Entre as possibilidades citadas por interlocutores dos segmentos e especialistas estão a otimização de negociações imobiliárias, automatização de processos e tarefas, atendimento ao cliente com uso do Chatbot e análise de dados. Tendo alta velocidade de processamento e capacidade de dados, a IA acaba poupando tempo e agilizando processos que antes poderiam ser demorados, segundo especialistas. Apesar do avanço e do temor de alguns setores por substituição e extinção de empregos, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio Grande do Norte (Sinduscon-RN), Sérgio Azevedo, reforça que os especialistas serão imprescindíveis.

“Em questão de planejamento, há uma velocidade de processamento muito maior que o ser humano, no entanto, o especialista é imprescindíveis. Quem vai dizer as referências, quem vai informar o problema, as premissa, somos nós. A IA vai nos dar respostas mais rápidas. A habilidade do ser humano em lidar com a I.A é de que teremos de ser cada vez mais competentes na hora de fazer as perguntas para obtermos as melhores respostas”, acrescenta.

Uma das empresas potiguares que têm adotado o uso da I.A no seu cotidiano é a Dois A Engenharia. Tendo como expertise a construção de parques eólicos e fotovoltaicos, a IA tem auxiliado engenheiros e técnicos da empresa em várias fases do projeto, como mapeamento de áreas, análise de terrenos para viabilização de estradas para que as torres possam chegar nesses locais e também no tocante a fase de estudos ambientais.

Segundo o engenheiro mecânico e coordenador de Inovação da Dois A, Camilo Alves, uma das tecnologias utilizadas pela empresa permite, por exemplo, mapear a natureza do terreno (tipo de rochas, profundidade, entre outros índices) para saber se haverá necessidade e a quantidade de explosivos, por exemplo. Além disso, a IA permite que a sondagem do solo seja feita por amostragem. De forma exemplificativa, Camilo explica que durante a sondagem de uma região, os engenheiros “treinam” a IA com valores de entrada da topografia da região, que gera um retorno de expectativa em relação a essas informações.

“Tudo que fazemos no parque eólico precisa de licenciamento. Então quando temos dados específicos para colocar o parque eólico numa região, algumas vezes o projeto não vem pronto. Ele vem com a região, com alguns pontos específicos do microsite, onde ficarão as torres, mas aí é responsabilidade nossa tentar identificar o projeto mais eficiente para aquela região e acessar aquelas torres. Por exemplo: precisa-se da estrada que consiga ligar todas as torres para ter mobilidade dentro do parque. Essa estrada é um projeto, que precisa de licenciamento. E para ter esse licenciamento precisamos nos preocupar com a parte ambiental, mas também com a parte geofísica, que é entender aquela região e o que tem abaixo do solo para fazermos um projeto mais eficiente”, explica Camilo Alves.

“Conseguimos tanto um projeto mais otimizado porque saberemos quando por onde vão passar essas vias de forma que otimizemos para que não passem perto de explosões, por exemplo, ou otimizar a quantidade de material para otimizar processos de perfuração, movimentações de terra e rocha, manutenção de pneus de caminhões, por exemplo”, acrescenta.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio Grande do Norte (Sinduscon-RN), Sérgio Azevedo, aponta que a Inteligência Artificial é um “aliado do processo e não um inimigo e quem não entender isso está condenado a um futuro sombrio”.

“A IA nos ajuda em praticamente tudo: no projeto técnico e executivo, no planejamento e na gestão de determinado projeto com todas as disciplinas embarcadas. Utilizamos também os drones para topografias, robôs para inspeção e monitoramento de obra para calcular os avanços daquele projeto, por exemplo”, explica.

“Vou dar um exemplo de projeto: a IA consegue processar tantas variáveis que ele pode fazer uma planta com a utilização mais eficiente daquele espaço, fazendo uma planta mais enxuta e consequentemente mais econômica. Tudo isso utilizando ferramentas de modelagem e prever problemas de projetos antes mesmo da construção”, pontua Sérgio Azevedo.

TN

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