quinta-feira, junho 5

VOLUME DE CHUVAS NO RN CAI 42% E RESERVATÓRIOS PREOCUPAM


 

As previsões climáticas para 2025 no Rio Grande do Norte não se concretizaram. De acordo com a Emparn, entre março e maio choveu menos do que o esperado em todas as regiões do estado. O acumulado no período foi de 252 mm — 42% abaixo dos 440 mm registrados no mesmo trimestre de 2024 e também inferior à estimativa inicial de 382 mm.


A redução das chuvas impactou diretamente o volume dos reservatórios. Dados do Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn) apontam que, ao final de maio, os mananciais acumulavam 50,23% da capacidade total, frente aos 61,34% registrados no fim de janeiro. Atualmente, os 70 reservatórios monitorados somam 2,65 bilhões de metros cúbicos de água — queda significativa em relação à capacidade total de 5,29 bilhões.


“Com menos recarga, é preciso priorizar o uso da água”, alerta o diretor-presidente do Igarn, Procópio Lucena. Segundo ele, a gestão hídrica será mais rígida nos próximos meses, com foco no consumo humano e na dessedentação animal. A mobilização vai envolver prefeituras, movimentos sociais, igrejas e trabalhadores do campo.


O maior reservatório do estado, a Armando Ribeiro Gonçalves, acumula 60,23% da capacidade. Já a barragem de Oiticica está com apenas 14,46%. Outros mananciais importantes, como Santa Cruz do Apodi (66,80%), Umari (70,94%), Gargalheiras (65,82%) e Dourado (34,68%), também estão abaixo do nível ideal.


As projeções iniciais indicavam um ano dentro da média histórica, sem influência direta de El Niño ou La Niña. No entanto, a instabilidade climática mudou o cenário. “Março começou bem, mas caiu na segunda quinzena. Abril foi ainda pior”, afirma o meteorologista Gilmar Bristot.


Ele ressalta que a dinâmica dos oceanos tem dificultado previsões mais precisas. “O Pacífico perdeu o padrão, e isso afeta diretamente a recarga hídrica e a agricultura”, explica. Para Bristot, a quadra chuvosa já passou e não há mais tempo para mudanças significativas em 2025. O desafio agora é garantir que a água disponível seja suficiente até a próxima temporada de chuvas.


Com informações da Tribuna do Norte

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