quinta-feira, junho 5

No São João de Assú da Oligarquia Soares, o som alto silencia o direito à educação e à saúde




O São João de Assú pelo menos nos palcos promete ser grandioso.

Com artistas como Núzio Medeiros que foi contratado pela bagatela de R$ 200 mil, Pablo por R$ 550 mil, Natanzinho Lima  por R$ 600 mil e Zé Vaqueiro por R$ 450 mil, dentre outros, a festa custará aos cofres públicos valores que, somados, ultrapassam alguns milhões de reais.

E ainda circula nos bastidores, que a assessoria do artista Alok, está exigindo espumantes/champanhe para o camarim, o que é um absurdo, já que quem paga a conta é o dinheiro público.

E enquanto a multidão dança e canta sob luzes coloridas, longe dos holofotes, crianças seguem sem intérpretes de Libras para ter acesso às aulas. Nas escolas, faltam auxiliares para atender os estudantes que mais precisam.

Nos postos de saúde, faltam medicamentos, e as filas são longas para marcação de exames e consultas.

O mais curioso é notar que, embora o São João seja um pilar cultural importante e um símbolo de identidade e memória afetiva do nosso povo, a gestão municipal, liderada por Lula Soares, da oligarquia que há mais de cinco décadas governa o município, parece enxergar a festa como palco de promoção política e de gastos que não dialogam com a realidade vivida pelo povo.

Não se trata de negar a importância das festividades juninas: o São João é, sim, uma tradição que precisa ser valorizada, celebrada e mantida viva. É o momento em que a cidade se enfeita, as famílias se reúnem, as memórias são revividas, e a cultura nordestina ganha vida. Mas é preciso responsabilidade.

O dinheiro investido em shows não pode abafar o choro das mães que esperam atendimento para os filhos. Não pode silenciar o pedido de ajuda dos professores que precisam de intérpretes para ensinar crianças surdas e não pode tapar o sol com a peneira quando falta até o remédio básico na prateleira.

A gestão pública precisa entender que cultura e responsabilidade social caminham juntas.

O São João deve ser uma festa para todos, inclusive para quem não pode ouvir, para quem não pode dançar, para quem não pode sequer se medicar.

Que este São João não seja mais um palco iluminado, e fica aqui o nosso recado para o prefeito Lula Soares, que esse momento seja também um compromisso com a saúde, a educação e a dignidade do povo de Assú.

Porque festa bonita é aquela que respeita e valoriza quem a faz, que é o cidadão.

Fonte : Blog do VT

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