terça-feira, abril 9

Março bate recorde e mundo registra mês mais quente pela 10ª vez consecutiva

 

Março foi o mês mais quente já registrado na história da Terra. Dados do observatório europeu Copernicus, anunciados na terça-feira (9), revelam que a temperatura média superficial do mês atingiu 14,14ºC, superando em 0,1ºC o recorde anterior estabelecido em 2016. Esse valor também se encontra 1,68°C acima do período pré-industrial (1850-1900).

Este é o décimo mês consecutivo marcado por recordes de calor. Desde junho do ano passado, o planeta vem quebrando registros de temperatura, em grande parte atribuídos à influência do fenômeno meteorológico El Niño. Os cientistas da Copernicus confirmaram que 2023 superou 2016, tornando-se o ano mais quente já registrado.

A divulgação desses dados reitera a gravidade da crise climática global, amplamente alimentada pela emissão de gases de efeito estufa. Em janeiro, cientistas da Copernicus já haviam previsto que a temperatura global ultrapassaria o limite crítico de 1,5ºC, estabelecido pelo Acordo de Paris, neste ano.

O cenário é alarmante, visto que o aquecimento acima dessa meta pode desencadear consequências extremas para o meio ambiente e para a humanidade, incluindo aumento de incêndios florestais, prolongamento de secas e propagação de doenças transmitidas por mosquitos. Um dos resultados mais visíveis é o derretimento acelerado das geleiras, prevendo-se que cidades costeiras, como o Rio de Janeiro (RJ), serão submersas nos próximos anos.

Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, alertou que os recordes de temperatura estão sendo superados a cada mês em até 0,2ºC – um indicador crítico. “Se essa anomalia não se estabilizar até agosto, estaremos adentrando um território desconhecido. Isso sugere que o planeta está passando por mudanças fundamentais em seu sistema climático muito mais cedo do que previsto pelos cientistas.”

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