Graças á Deus tenho acompanhado o passar do tempo com consciência de que o passado é o presente que se mexe em busca do futuro.
O que fiz para trás, tem suas memórias e recordações.
Não preciso viver fazendo exercício diário, registrando no cotidiano suas evidências e descaracterizando sua temporalidade como forma de aparecer ou evitar o esquecimento.
O presente é o dia-a- dia com seus fatos.
O futuro será o que planejamos, esperança do que venha acontecer.
Diante desta coloquial realidade, não me intitulo historiador.
Até que assumi por alguns períodos o curso de história, atividade da ciência cultural do conhecimento na Uern campus avançado de Assu, sem me preocupar com a sua finalização.
Me sinto apenas uma pessoa que tem observado o tempo com com sua rotatividade veloz, saindo do passado para o presente e caminhando paulatinamente rumo ao futuro.
Tomei consciência que para descrever os fatos e versões que o tempo me fez aprender, necessariamente não precisava de um diploma superior: assim como exerço a função comunicativa da informação, sem a academia universitária para me projetar no jornalismo regional.
Ouvi muito meu pai dizer na sua magnitude de pensamento inteligente de homem semi-alfabetizado, assinante do seu próprio nome e sem condições de ler um pequeno trecho escrito.
Meu filho Deus dá ao homem as ferramentas que são capazes de sustentar a sua vida.
Basta que tenha coragem, capacidade de agir, usando honestidade de princípios e vontade de servir.
Uma certa vez fiquei impressionado com uma conversa sua com um professor catedrático, jurista de mão cheia, politico influente e respeitado - O ex-governador Cortez Pereira, quando este desistiu de sua candidatura a governador em 1986.
Tendo nós aqui fundado o PDT, eu com mandato de vereador, tendo declarado apoio a ele pra o retorno do governo do Estado e seu filho Cortez Júnior, sendo disputante a uma vaga na assembleia legislativa.
Depois de muitos encontros em reunião do PDT em Natal, diante de uma convenção estadual, Cortez anunciou desistência da sua candidatura.
Aquilo foi a gota d'água para papai se agigantar nos seus pensamentos e com a franqueza destemida que sempre foi portador.
Tempos depois, Dr. Cortez prefeito de Serra do Mel, uma certa tarde parou em nossa calçada, para dois dedos de prosa comigo e papai, numa rápida passagem por Carnaubais, indo rumo ao Assu.
Enquanto Mamãe preparava o café que já estava cheirando na fervência da chaleira, aconteceu o inesperado.
Papai reclamando dele, aquele ato de fragilidade e diante da desistência do projeto politico que o RN sonhava, foi direto ao ponto.
Dr. "Eu" conheço muito analfabeto inteligente, corajoso e dando dor de cabeça em sabido.
Agora sabido frouxo e sem palavra, quebrando o trato com quem assumiu, depois de empenhada, só vi o senhor no Rio Grande do Norte.
Cortez com esta pancada verbal, levantou-se educadamente da cadeira, botou o boné na cabeça, e antes do café ser servido, passou a mão na bunda, mandou o motorista ligar o carro, seguindo viagem, alegando que dona Aída, já se encontrava em Assu esperando por ele.
Moral da história, papai passou na cara do homem forte politicamente e repeitado, um desabono que sofreu deste no período em que nós o apoiamos. Fizemos manifestação pública, reunimos a população, oferecemos em nossa residência, jantar de confraternização para sua comitiva.
Muitos colonos da Serra do Mel presente e só não realizamos uma grande comício por conta da tramoia feita, pelo prefeito Giovany Wanderley, que mandou derrubar as canelas elétricas da rede pública, para ficar tudo na escuridão.
Enfim, não precisei espalhar nem cururu pelas ruas da cidade, para me revelar historiador ou simplesmente um contador de causos, que a nossa província, pode testemunhar o que estamos publicando.
Como pra tudo tem seu tempo - devo distante um do outro, trazer outras ilustrações!
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