O agricultor Marcos Freitas e o filho Thiago Freitas (vereador) estão experimentando uma logística que pode se transformar na melhor maneira de aproveitar o caju produzido em alta escala nas 22 vilas rurais do município de Serra do Mel-RN.
O município de Serra do Mel, distante 40 km de Mossoró e com 13 mil habitantes, foi criado no final da década de setenta para ser o principal vetor de desenvolvimento da região Oeste do Rio Grande do Norte através da produção da castanha e do caju.
Foram plantados, na época, algo em torno de 2,4 milhões de pés de cajueiro da variedade gigante. Porém, com os anos de poucas chuvas, pragas como a mosca branca a copa deste cajueiro perdeu vitalidade e produção caiu drasticamente.
Com apoio técnico do SEBRAE, SENAR, EMBRAPA, entre outros órgãos, a Prefeitura de Serra do Mel conseguiu apoiar os colonos a revitalizar boa parte da copa do cajueiro da Serra do Mel, substituindo-a, por variedades mais resistentes e com maior capacidade de produção.
As variedades de cajueiro anão precoce BRS 226 (melhor castanha) e CCP 76 (caju de mesa) foram desenvolvidas pela EMBRAPA e estão sendo aplicadas na substituição da copa do cajueiro “gigante” na Serra do Mel, com grande sucesso. Produz mais e são mais resistentes as pragas. Somado os bons invernos a estes fatores, já ocorreu aumento de safra.
A safra em 2023 já foi de aproximadamente 18 mil toneladas a previsão de safra para 2024 é que seja a maior já registrada na história. A castanha o colono já aproveita 100%. Já com relação ao caju, quase que 100% é desperdiçado. Fica no chão, apesar da ótima qualidade.
É neste cenário que surge agricultor Marcos Freitas e o filho Thiago Freitas (vereador presidente da Câmara de Serra do Mel). Eles criaram uma logística para aproveitar o caju CCP 76, que é de ótima qualidade para mesa, produção de sucos e vários outros derivados.
Marcos Freitas explica que uma indústria de produção de sucos em São Paulo envia o contêiner, ele e os demais agricultores próximos, coletam o caju, ajuda na seleção, embala e embarca neste contêiner para ser processado em São Paulo.
“Se tiver 5 ou 10 contêiners por semana, eles compram”, Marcos Freitas. O negócio está no início. Para dá certo, Thiago Freitas explica em reportagem do MOSSORÓ HOJE, que é preciso que o produtor tenha assessoramento técnico, para garantir qualidade na produção.
Na hipótese da proposta se consolidar, segundo Thiago Freitas, os produtores de castanha vão poder aumentar a renda com o cultivo do cajueiro de forma substancial. Um fator importante, que ele faz questão de lembrar, é o alto valor nutricional do caju, chegando a ter 5 vezes mais vitamina C do que a laranja.
MOSSORÓ HOJE
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