A pedido do G1, a atriz escreveu um artigo para a série "O que aprendemos com a crise".
A atriz Nathalia Dill — Foto: Globo/Raquel Cunha
O G1 convidou personalidades para descreverem, por meio de um artigo ou vídeo, as lições tiradas e as experiências pessoais vivenciadas nos tempos de pandemia. A atriz Nathalia Dill é uma das participantes da série "O que aprendemos com a crise". Veja o artigo:
Tem uma história muito interessante com a qual me deparei na internet atribuída à antropóloga cultural Margaret Mead. É assim: um estudante perguntou a ela qual era o primeiro sinal de civilização do ser humano. A resposta o pegou de surpresa: um fêmur quebrado e cicatrizado.
A explicação: quando um animal quebrava o fêmur, essa era uma sentença de morte para ele, já que ficaria vulnerável aos predadores, não poderia caçar, procurar água... Ao passo que quando um ser humano quebra o fêmur e ele cicatriza é porque alguém o acolheu, cuidou, providenciou comida, abrigo. Ajudar alguém durante a dificuldade é onde a civilização começa, teria afirmado a antropóloga.
E acho que, diante dessa crise, estamos aprendendo ou reaprendendo a ser solidários. Pense em quantas oportunidades para ajudar estamos vendo. Quantas campanhas de doação para ajudar as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade e afastadas de seus empregos.
Além de ajudar várias iniciativas, criei um destaque no meu perfil do Instagram para falar dos projetos que conheço e inspirar outras pessoas a doarem também. É importante ver esse movimento e as pessoas entenderem que doação não é “dar esmola”. Eu percebia que isso era muito associado. Então, deixava-se de doar porque temos que “ensinar a pescar, não a dar o peixe”.
Mas isso não poderia estar mais distante da verdade. Doar e ajudar a quem precisa é também uma maneira de diminuir a desigualdade.
Por que algumas pessoas têm tanto e outras não têm o que comer, por exemplo? Uma discrepância dessa é algo que esgarça o tecido social causando distorções como as que estamos vendo com ainda mais intensidade agora: tem gente que não tem o que comer, tem gente que não tem água encanada – imagine ter sabão ou álcool em gel. E precisamos ser solidários com elas, ter empatia, ajudar. Esse resgate da solidariedade eu acho fundamental para pensar a sociedade que virá.
Vemos e ouvimos tanto refletirem sobre como será a sociedade pós-pandemia. O que faz total sentido, já que a maneira como nos relacionamos está se transformando diante desse novo cenário, e isso vai trazer mudanças comportamentais, de consumo...
Torço para que nesse percurso, entre o que está acontecendo agora e o futuro que virá, a gente realmente aprenda e coloque cada vez mais em prática a solidariedade, a fraternidade, a empatia, o olhar atento ao outro, para que seja, de fato, um futuro diferente.
Fonte - G1
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