segunda-feira, fevereiro 10

NÃO É MAIS O MESMO

Carlos Chagas
Pela primeira vez sem a presença do Lula, se o ex-presidente  não tiver adiado a viagem aos Estados Unidos, o PT festeja hoje em São Paulo seu trigésimo-quarto aniversário de fundação. Dilma vai comparecer, assim como os ministros filiados ao partido. Rui Falcão fará as honras da casa, como presidente.
A gente se pergunta o que mudou no arraial dos companheiros, mas a indagação certa seria: o que não mudou? Porque o PT hoje só conserva a mesma sigla. Foi para o poder, tornou-se a  maior bancada na Câmara, perdeu boa parte de sua intelectualidade, assim como as simpatias da Igreja, mas, essencialmente, virou um partido como os demais. Deixou de ser o núcleo que pregava mudanças fundamentais para o Brasil, até mesmo a revolução social, política e econômica. Transformou-se num aglomerado sem  os ideais de ontem, empenhado em usufruir as benesses do poder. Transigiu diante das elites, esqueceu o compromisso de dar dignidade às massas, trocando-o pelo assistencialismo capenga e o neoliberalismo fajuto.
Numa palavra, negociou seu  conteúdo  para integrar-se no conjunto fisiológico das demais legendas. É pena, pois há 34 anos despertou esperanças e expectativas.
A LEI NÃO PERMITE
Em Ribeirão Preto, sábado, o Lula aconselhou ministros do Supremo Tribunal Federal a ingressarem em partidos políticos se quiserem continuar pronunciando-se politicamente. Não pode.  A lei proíbe magistrados de pertencerem a partidos. Quanto a recomendar que só falem nos autos dos processos é outro mau conselho.  Juízes são cidadãos como todos os outros. Dispõem do direito constitucional da liberdade de expressão do pensamento. Estaria o primeiro-companheiro pretendendo cassá-los?

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