Por Anna Ruth
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Um dos brasileiros repatriados, na noite desta segunda-feira (13), definiu o confronto na Faixa de Gaza como “um massacre”. Hasan Rabee, 30 anos, foi até Gaza para um casamento e acabou “preso” na região com o início da guerra entre Israel e Hamas. Ele retornou ao Brasil no décimo voo da Força Aérea Brasileira (FAB) grupo com 32 brasileiros e familiares.
“Ficamos 37 dias [em Gaza]. Às vezes, passamos fome, passamos sede. O que está acontecendo lá, na verdade, é um massacre, difícil para vocês entenderem”, comentou, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mandatário ficou ao lado da escada usada para o desembarque do grupo e cumprimentou cada repatriado.
Com filhas pequenas, Hasan relatou, ainda, as tentativas de acalmá-las e o trauma deles com as passagens de aviões e os bombardeios.
“Minhas filhas ficaram chocadas. As bombas estavam caindo por todo lado. Na primeira e na segunda semana, a gente ficava mentindo, falando que eram ‘bombas de aniversário’. Mas não conseguimos segurar muito tempo. Quando começaram a entender, chegava avião israelense, e elas fechavam a janela, achando que isso daria proteção”, contou.
Hasan agradeceu o presidente Lula (PT) e os esforços do governo federal para repatriar os brasileiros, mas manifestou preocupação com a mãe e a irmã, que seguem em áreas de conflito.
Lula chegou a perguntar por elas. Hasan explicou que as duas estão na segunda lista de repatriados de Gaza.
“Trabalho sério”, diz Lula
Os brasileiros desembarcaram em Brasília às 23h24. “A chegada desse décimo avião é a coroação de um trabalho muito sério que a gente deve a muita gente que trabalha no governo, sobretudo, o ministro de Relações Exteriores, e todos os companheiros que estão aqui”, afirmou Lula.
“Enquanto tiver lista e possibilidade de tirar nem que seja uma só pessoa da Faixa de Gaza, nós vamos tirar. Mesmo que seja palestino de origem, nós vamos tirar, se a família tiver aqui pedindo”, destacou o presidente.
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