sexta-feira, abril 7

ARTIGO - MINHA INFÂNCIA E A SEMANA SANTA

 

Oh! que saudade que tenho Da aurora da minha vida Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Perco-me na busca do tempo que se foi. Afloram-me tristezas e mágoas, sobretudo quando releio " Meus oito anos", um dos mais belos sonetos do aclamado poeta Casimiro de Abreu. Com o peso dos meus incompletos 72 anos de idade, sinto saudades dos velhos carnavais, das festas juninas que nos permitiam trocas de olhares cúmplices e juras ao calor das fogueiras até o raiar do sol. As procissões do santo padroeiro São João Batista ao som cadenciado da banda musical dos escoteiros Assuense. Saudades eu sinto mesmo é das ciganas desnudas de corpos morenos e negras tranças que se banhavam nas águas correntes que caiam em cascatas nos barreiros do velho Torquato, este meu saudoso pai. A semana santa do passado era diferente, confesso que as vezes me dava medo. Vendo a igreja toda coberta com manto roxo. Longínquas, as semanas santas com suas rezas balbuciadas no silêncio dos oratórios domésticos, dos pecados recolhidos e gulodices retidas. CHICO TORQUATO

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