Capelli ressalta que não houve planejamento operacional de policiamento para conter vândalos
O interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Capelli, afirmou nesta sexta-feira (27) que houve falha no planejamento operacional das forças de segurança no dia 8 de janeiro.
A declaração ocorreu durante a divulgação do relatório sobre os ataques às sedes dos Três Poderes. Objetivo é utilizar as informações nas investigações em andamento sobre a invasão da Esplanada dos Ministérios.
Capelli frisou que no dia 6 de dezembro, a Secretaria de Segurança do DF tinha conhecimento, por meio de um documento, da narrativa de grupos que falavam sobre “tomada de poder”, e que, no entanto, não houve reforço na segurança.
“E aí tá descrito tudo o que poderia acontecer. Está documentado isso. Não faltou informação. Na sexta-feira, o gabinete do secretário recebeu a informação”.
O relatório também destaca que importantes batalhões, como o Batalhão de Operações Especiais (Bope), “nem sequer foram acionados”.
Contudo, Capelli enfatizou a atuação em campo do ex-comandante-geral da PMDF, Fábio Augusto Vieira.
“Atuou, tentou defender as linhas, tentou defender o Congresso Nacional, atuou no STF e, apesar do esforço individual dele, tentativas de mobilizar as tropas e outros batalhões, os apelos e ordens não foram atendidos”.
O interventor criticou mais uma vez a atuação do ex-secretário de Segurança Anderson Torres.
“Fica claro o impacto da posse de Anderson Torres e da instabilidade que ele gerou na SSP com nomeações e trocas. A questão aqui é de liderança, de comando. O gestor público que lidera a operação deve ter. Tudo isso faltou no dia 8, na melhor das hipóteses”.
Capelli não deixou de comparar a atuação das forças de segurança, do dia 1º de janeiro, dia da posse de Lula e do dia 8 de janeiro, quando ocorreram os atos de vandalismo.
“Quando a gente olha para o dia 1º a gente vê uma diferença grande do que foi plantado no dia 8”.
Capelli também associou o mantimento do acampamento na frente do QG do Exército com os atos de vandalismo, em 12 de dezembro, dia da diplomação do presidente Lula e da tentativa de explosão de uma bomba nas redondezas do Aeroporto JK, em Brasília.
“Todos os eventos, o evento do dia 12 de dezembro, a tentativa de explosão de bomba e bloqueio do aeroporto. Todos os eventos passam de uma forma ou de outra pelo acampamento. Acampamento criminoso que perturbou a ordem pública do DF”.
O relatório foi protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF) e será analisado pelo relator dos inquéritos que apuram os atos de vandalismo, ministro Alexandre de Moraes.
Diário do Poder
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