A história nos ensina que, as forças materiais das noções também se nutrem das resistências do espírito, formadas pela cultura, mercê das quais o seu poder de sobrevivência tem superado o impacto das catástrofes.
Patrícia Galvão, mas conhecida como Pagu foi uma mulher brasileira com contribuições nas áreas do teatro, da história da arte, da política e da psicanálise.
Com apenas doze anos, ela recebeu o título de musa do modernismo brasileiro, com quinze anos colaborou com o Brás sob o pseudônimo de Patsy. Aos vinte anos aproximou-se do círculo dos intelectuais burgueses paulistanos adeptos do movimento antropófago.
Sua aproximação maior foi com o casal Oswaldo de Andrade e Tarsila do Amaral. Entretanto, dois anos depois Pagu chocou a sociedade ao casar-se com Oswaldo de Andrade.
Os dois passaram a militar no Partido Comunista. Em 1930, ano em ela incendiou o bairro Cambuci em São Paulo, participou ativamente de uma greve de estivadores na Cidade de Santos, onde foi presa pela polícia de Vargas, tornando -se a primeira presa política da história do Brasil.
Ela partiu logo cedo para Europa e outros locais do mundo, foi pega pela polícia Francesa com documentos falsos, foi liberada após intervenção do embaixador Brasileiro Souza Dantas.
De volta ao País separou-se de Oswaldo de Andrade, retornou a atividade jornalística, sendo presa novamente pelas forças repressivas do Estado Novo, ficando cinco anos na prisão.
Em 1962 foi diagnosticada com câncer. E antes de morrer, publicou um último poema: Eu vi tortura, vi a sua solidão.
CHICO TORQUATO
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