Foto: reprodução TV PT
Investigado por suposta participação em um esquema de desvio de 54 milhões de reais por meio de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa de Alagoas e afastado do cargo há dez dias por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador alagoano Paulo Dantas (MDB) comprou 25 imóveis nos últimos dois anos — parte deles paga em dinheiro vivo.
Em depoimento obtido por VEJA, o dono da Reycon Empreendimentos, Reynaldo Malta, que negociou a venda das propriedades ao governador, revelou que recebeu o pagamento em carregamentos de dinheiro. O negócio envolveu 5 milhões de reais.
À Polícia Federal, Malta relatou uma rotina em que “pagamentos em dinheiro” eram efetuados por meio do segurança José Carlos Leite de Araújo, que ia até a sede da Reycon com valores de 60.000 reais a 80.000 reais. O empresário disse aos investigadores que depositava os valores na conta da empresa, de forma fracionada, de até 10.000 reais.
Conforme mostrou VEJA, os seguranças de Dantas foram fotografados pela Polícia Federal fazendo saques e depósitos nos caixas eletrônicos com cartões em nome de funcionários laranjas da Assembleia. As imagens mostram que grande parte do dinheiro era entregue na sede da Reycon, que, segundo o Ministério Público Federal, lavava o dinheiro do esquema vendendo imóveis para o governador. Há várias fotografias do segurança e da esposa dele fazendo saques em caixas eletrônicos. E há registros do segurança entrando na Reycon com mochilas para deixar o dinheiro arrecadado.
Na operação policial de que foi alvo, o governador, candidato do ex-presidente Lula em Alagoas e aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL), teve apreendidos 100.000 reais em casa e 14.000 reais com ele em um hotel em São Paulo. Outros 150.000 reais foram descobertos na casa de um cunhado dele.
VEJA entrou em contato com o empresário Reynaldo Malta e com o governador Paulo Dantas para falarem sobre os depósitos fracionados na compra de imóveis, mas ainda não obteve retorno. Além dos 25 apartamentos, Paulo Dantas é investigado por adquirir uma mansão de 8 milhões de reais e uma cobertura luxuosa com o dinheiro do esquema de corrupção na Assembleia Legislativa.
Veja
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