A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva afirmou que a mudança de tom do presidente Jair Bolsonaro em relação à pauta ambiental brasileira não terá credibilidade na reunião de Cúpula de Líderes sobre o Clima nesta quinta-feira (22).
Referência internacional, Marina ressalta que gestos recentes do governo Bolsonaro – como a exoneração do superintendente da Polícia Federal no Amazonas, o delegado Alexandre Saraiva, e a reação dos fiscais do Ibama contra normas que emperram a fiscalização – acabam afetando a imagem do governo quando o tema é meio ambiente.
“Gestos práticos mostram que esse é um discurso de conveniência. Essa mudança na área ambiental não é para valer. Isso é deplorável. E, portanto, não terá credibilidade”, disse Marina Silva ao blog.
Na avaliação da ex-ministra, não será atendido o pedido, feito pelo atual titular do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de compensação financeira internacional em troca da preservação da Amazônia.
“O Brasil só irá conseguir financiamento depois que mostrar resultados concretos na preservação ambiental. O exemplo maior foi o próprio Fundo da Amazônia. Mas, primeiro, temos que fazer a nossa parte”, reforçou Marina.
Ela ainda alerta que a reunião de cúpula climática “coloca essa questão [da preservação] no eixo estratégico do mundo”.
"O Brasil está ficando do lado de fora desse eixo. Haverá consequências inimagináveis para o país”, alerta a ex-ministra, em uma referência à possível reação do mercado internacional aos produtos brasileiros.
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