quarta-feira, fevereiro 5

Opinião Artigo: Uma eleição decisiva para o clã Rosado em Mossoró

Ano de 2020 pode marcar uma virada de chave na história política de Mossoró
O ano de 2020 pode marcar uma virada de chave na história política de Mossoró. Salvo duas curtas interrupções (Antônio Rodrigues de Carvalho em 1968 e Francisco José Junior na eleição suplementar de 2014), nos últimos 72 anos a capital do Oeste foi governada por alguém com sobrenome Rosado ou que era apoiado, quando a legislação não dava brechas, pelo clã político.
Após viver o auge de seu poderio político quando chegou a ter dois deputados federais, dois estaduais, senadora e depois governadora, além do comando de sempre na Prefeitura de Mossoró e representantes na Câmara Municipal, a oligarquia está em declínio.
Se divididos conquistaram muito poder, agora com suas mais tradicionais facções ajuntadas, os Rosado nunca estiveram tão fragilizados.
Tudo fruto de uma disputa fraticida após a emblemática eleição de 2012 e pela pífia passagem de Rosalba Ciarlini pelo Governo do Estado. Os Rosado não conseguem cadeiras na Assembleia Legislativa há dez anos. A única vaga de deputado federal foi assegurada por meio de uma controversa disputa jurídica, com o atual deputado Beto.
Outrora poderosa liderança política, Sandra Rosado não consegue montar uma nominata de vereador no PSDB. Nem mesmo emplacar a filha Larissa Rosado como vice na chapa governista é uma realidade plausível.
A outra ponta do clã é liderada com mão de ferro por Carlos Augusto Rosado. Sua esposa Rosalba Ciarlini repete na quarta passagem pelo Palácio da Resistência o mau desempenho que teve no Governo do Estado. Sem uma situação econômica favorável e no auge da decadência da indústria petrolífera, Rosalba tem um acerto de contas com a história em 2020. Hoje paga como gestora o preço por não ter planejado, quando tinha condições para isso, alternativas para a economia local.
Não por acaso sua desaprovação é alta na capital do Oeste e seu principal trunfo é a fragmentação da heterogênea oposição local que hoje ostenta seis pré-candidatos, sendo três à direita e três à esquerda.
Se Mossoró tivesse segundo turno (prerrogativa só para cidades com mais de 200 mil eleitores), cravaria que a mítica prefeita sofreria a primeira derrota de sua vitoriosa carreira política.
De toda forma, o risco da derrota é real e pode significar o fim de uma das maiores dinastias políticas do Rio Grande do Norte.
Por Bruno Barreto
Agora RN

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