terça-feira, agosto 14

Ambulâncias do Samu ficam presas no Walfredo
Retenção de macas no hospital deixou serviço desguarnecido prejudicando atendimentos
Jéssica Barros
O Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG), amanheceu a segunda-feira com uma fila de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) metropolitano e da capital. O motivo foi a retenção das macas no hospital, um problema considerado crônico pelo coordenador estadual do Samu Metropolitano, Luiz Roberto Fonseca. A situação foi ainda pior para o município, pois todas as nove ambulâncias básicas do Samu Natal, além das três avançadas, estavam presas no hospital no final da manhã de ontem, deixando toda a cidade desguarnecida.

No final da manhã de ontem, todas os veículos do Samu Natal estavam parados no pátio do hospital. Situação é frequente. Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press
No início da manhã, Luiz Roberto Fonseca contabilizava sete unidades básicas do Samu Natal represadas no HWG e uma, das 21, do Samu Metropolitano. Em relação às ambulâncias avançadas, equipadas com macas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), também ficara retidas as três do Samu Natal e uma das três do Samu Metropolitano, todas à espera de liberação de maca. No final da manhã, o coordenador do SamuNatal, Edilson Pinto, confirmou que a população estava totalmente sem cobertura do serviço por tempo indeterminado, uma vez que todas as ambulâncias estavam retidas no Clóvis Sarinho.

De acordo com Luiz Roberto Fonseca, a prática da "ambulancioterapia" ainda é recorrente em todo o estado, principalmente dos municípios do interior, e o problema é ainda maior nos finais de semana. Segundo o coordenador do Samu Metropolitano, a ausência de médicos nas escalas do interior e o encaminhamento de pacientes com gravidades variadas, muitos deles que poderiam ser assistidos na rede básica, acabam causando transtorno em toda a rede. "A ambulancioterapia desestrutura os hospitais, os serviços do Samu e, consequentemente, toda a rede de atendimento. Trata-se de um efeito cascata e é por isso que é tão importante a implantação da central de regulação [ação contemplada no Plano de Enfrentamento da Saúde e prevista para este mês]".

A reportagem do Diário de Natal conversou com profissionais do Samu, enquanto aguardavam a liberação das macas. Eles denunciam que o problema vai muito além da superlotação crônica do Walfredo Gurgel e da retenção das ambulâncias. Segundo os profissionais, que preferiram não se identificar, a maioria dos carros do Samu Natal encontra-se sucateada, sem manutenção, muitos com ar condicionado quebrado e com os medicamentos sem as devidas condições de armazenamento. Eles reclamaram ainda da falta de condições de trabalho, da sobrecarga de atendimentos sem critérios e da interrupção do serviço de atendimento do Samu com motocicletas, parado há cerca de dois meses. As denúncias dos profissionais do Samu Natal são confirmadas por seu coordenador, Edilson Pinto.

Fonte: Tribuna do Norte


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