sexta-feira, abril 20

Pressionado por ruralistas, presidente da Funai pede demissão

Exoneração ocorre no Dia do Índio; 'motivos pessoais' foram a justificativa

O presidente da Funai, Franklimberg Ribeiro de Freitas, durante a abertura da Semana do Índio - Marcelo Camargo/Agência Brasil/16-04-2018
BRASÍLIA — No Dia do Índio, o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Franklimberg Ribeiro de Freitas, não resistiu à pressão da bancada ruralista e pediu demissão. O pedido de exoneração foi enviado ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, no início da noite desta quinta-feira. No documento de quatro linhas, ao que o GLOBO teve acesso, Freitas se limita a dizer que se afastará do cargo "por motivos pessoais".
O ex-presidente da Funai estava com os dias contados porque vinha contrariando interesses da bancada ruralista. No início da semana, 40 deputados e senadores da Frente Parlamentar Agropecuária entregaram uma carta ao presidente Michel Temer com um pedido de afastamento imediato de Freitas. A partir daí, Temer teria anunciado que Freitas deixaria o cargo no mais tardar até segunda-feira.
A demissão do presidente da Funai teria sido articulada também pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim. O ministro não se dava bem com Freitas. Antes mesmo da bancada ruralista ter sido entregue a Temer, Torquato teria acertado com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que o presidente da Funai não poderia mais ficar no cargo.

General reformado do Exército, Franklimberg foi nomeado para o cargo em maio de 2017. Na segunda-feira, ele participou, ao lado de Torquato de um evento em celebração ao Dia do Índio.

O GLOBO

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